Desde que comecei a fotografar um dos meus temas favoritos sempre foi ondas sozinhas. Acredito que todo o fotógrafo de surf tenha um vasto e belo arquivo delas.
É engraçado pensar e fazer aquela comparação maldosa com outros esportes e atividades, do tipo: que graça tem a foto de uma quadra sem ninguém? Ou de um gol vazio? Ou até mesmo de uma pista de skate abandonada? Claro que essas imagens podem se inserir em algum contesto, produzindo uma narrativa além da estética. Mas as ondas, mesmos sozinhas, são tão belas que dispensam qualquer legenda. As ondas tem vida própria, não foram feitas pelo homem e são praticamente imprevisíveis em seus detalhes. São formas incríveis e me arrisco a dizer que ficam ainda mais bonitas sem a interferência dos surfistas.
A série “Séries” é um apanhado de fotos com ondas “insurfadas”. Picos vazios ou ondas que passam intocadas no meio do crowd, essas normalmente são as melhores.
Vejo muito essas ondas como telas em branco, abertas a infinitas possibilidades da imaginação. Não existe linha ou manobra nessas fotos, você surfa essas ondas como quiser, mas somente com a mente.
Série composta de onze fotos tiradas no Havaí, México, Taiti e Rio de Janeiro, entre os anos de 2008 e 2018.
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