Já tinha visto muitas imagens, ouvido falar e até fotografado a Besta…da areia. Dessa vez, ou melhor, pela primeira vez, iria fotografá-la de um barco, que é uma narrativa completamente diferente.
Para quem não conhece, a tal da Besta é uma onda na entrada da Baía de Guanabara que só quebra em condições muito especiais. Sabe aquelas ressacas de noticiário? Então, é aí que você consegue ver a Besta quebrando bem ao longe. Foi da praia do aterro do Flamengo, em um dia desses, que consegui fazer algumas fotos e observar a onda. Em outros dias, tentei procurar uma vista no alto de algum dos morros do Rio de Janeiro para o pico. Até encontrei, mas nas fotos mal dava pra ver o surfista na onda de tão longe que eu estava. Ou seja, é uma onda bela, de frente para a cidade do Rio de Janeiro, mas bem difícil de fotografar e até observar.
Nessa última ressaca, já sabendo do despertar da fera, marcamos uma ida de barco até o pico. A ida de barco é super simples: partindo da marina da glória, em poucos minutos você já está na Besta, o problema maior e ficar por lá. Como a onda quebra na entrada de uma baía, ela é cercada de morros, mais especificamente o Pão de Açúcar e o Morro do Morcego em Niterói, e por isso, exatamente nesse ponto a ondulação entra e refrata nos dois lados. O resultado são ondas vindo de todas as direções e algumas quebrando um pouco fora do pico ou até mesmo perdidas no meio da baía. Ficar de barco ali, então, não é nada fácil. Para completar, quando você está no barco, a maioria dessas ondas que vem dos lados tiram a visão completa do pico, então fotografar ali também não é nada fácil.
Mas fomos. Com a ajuda do Gui Braga, que faz esse e outros percursos de barco através da Rio Boat Experience, conseguimos manter uma distância segura e ter um gostinho de ver alguma ondas boas surfadas. Era uma questão de sorte, mas deu para registrar alguns momentos e compartilho aqui com vocês.
Na primeira sessão, de manhã cedinho, a maré estava enchendo, e o pico parecia muito mais amigável, tanto para surfar, quanto para ficar de barco no canal. Mas a Besta é uma onda muito temperamental, e após um intervalo no surf para comer na Marina, a onda voltou com tudo. A maré secando cada vez mais criou um ambiente completamente hostil no pico e, dessa vez, foi muito mais difícil posicionar o barco no canal. A onda estava mutante e quebrava cada vez mais para fora do pico original. Na verdade, nesse momento existiam praticamente dois picos ali na laje. Amedrontador.
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